Um fantasma obscura a mais romântica paixão dos fabulosos Joan Fontaine e Laurence Olivier ao chegar à mansão de Manderley: trata-se da primeira esposa dele, Rebeca, falecida em circunstâncias trágicas. O suspense está criado, e a tensão vai crescendo a medida que este fantasma invade mais e mais a vida desta débil femme fatale.
Por vezes, um filme antigo é o melhor investimento para assegurar duas horas bem passadas. E com Hitchcock temos a certeza de não nos enganar. Em particular, esta fantástica criação (tão válida como o romance homónimo de Daphne du Maurier) tem o mérito de ser uma história construída num crescendo que não pode não arrepiar. Por não falar das reviravoltas típicas do cinema deste britânico implacável. Foi o primeiro filme holiwoodiano de Hitchcock e recebeu vários prémios.
Tematicamente, destacam-se dois lugares de interesse. Em primeiro lugar, o desenrolar-se duma suspeita, que bloqueia a relação natural com a realidade: a inocência feliz do casal perde-se quando os malvados empregados da residência introduzem a desconfiança. Esse «pecado» será irreversível: aquela inocência, uma vez perdida, já não se poderá recuperar. Em segundo lugar, um tema caro a Hitchcock é a luta entre o bem e o mal, neste caso dificilmente distintos numa encruzilhada onde as personagens parecem não encaixar-se. Mas o bem acaba por vencer... quase sempre.
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