09/12/2008

Brideshead revisited (Reviver o passado em Brideshead), de Evelyn Waugh

Lisboa: Relógio d'água, 2002 (1945)

Não se deixem enganar por versões televisivas ou cinematográficas de mau gosto. Evelyn Waugh é um escritor brilhante, e o seu romance mais conhecido é uma pérola no panorama da literatura do século XX. Dizia ele que, de não ser escritor, teria sido carpinteiro, para poder elaborar os seus trabalhos tão delicadamente como as suas obras literárias. E assim, na sua prosa encontramos a divertida ironia e a profundidade psicológica dum génio britânico.

A amizade entre Charles Ryder e Sebastian Flyte, que não tem nada de homossexual, descreve a decadência da aristocracia católica da Inglaterra dos anos vinte. É um símbolo do preço a pagar para chegar ao bem-estar conseguido pelos laboristas ingleses a seguir à Segunda Guerra Mundial. Para Waugh, esse preço era demasiado caro: a vida cinzenta do common man não compensava o relativo progresso da sua época.

Nostalgia do passado, desejos frustrados e problemáticas religiosas e amorosas misturam-se com grande ligeireza e humorismo, num romance que nos faz reflectir sobre o peso das nossas escolhas, o valor da amizade e o passar do tempo. Não percam tempo no cinema e leiam o livro!

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