02/11/2008

Gabriel Fauré, Requiem (1890)

«Tal e como é único o Ave verum corpus de Mozart, assim o Pie Jesu de Fauré», disse um famoso compositor do século passado, Sant-Säens. De facto, há uma força extraordinária nas suas singelas palavras: Pie Jesu Domine, dona eis requiem, requiem sempiternam, repetidas insistentemente por uma voz soprano cheia de ternura e compaixão.

O Requiem é uma oração: trata-se das partes cantadas duma Missa (em rito latino) pelo descanso eterno dum defunto. «Jesus piedoso, dá-lhe o descanso, o descanso eterno».

Mas esta forma de oração composta por Fauré tem uma ternura única, tem uma simplicidade que nos aproxima dum Céu desejável. Não é, sem dúvida, o terrível julgamento de Mozartiana memória; mas também não é nebuloso ou arcádico. Pelo contrário, o Céu que este Requiem apresenta é melódico, cheio de vida, e ao mesmo tempo solene e pacificante.

Pode-se ouvir ao vivo na Igreja de São Roque, no próximo Sábado 8 de Novembro, junto com uma outra peça de interessante qualidade: In paradisum, do compositor Carrapatoso, que alguns dizem ser o maior compositor português vivo.

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