31/05/2012

Conta comigo (Stand by me)

Rob Reiner, 1986

Numa aldeia dos Estados Unidos mais ocidentais, um grupo de quatro amigos pré-adolescentes vivem um fim-de-semana daqueles que todos idealizamos com nostalgia no fim da nossa infância. São quatro personagens quase estereotipadas: o duro, o sensível, o extravagante e o medricas – como cada um de nós era ou podia ter sido naquela mesma idade.

A história desenvolve-se quando se aventuram na procura dum adolescente desaparecido, naquela de «brincar aos crescidos» e tornar a casa como heróis. Com enorme ternura, Reiner descreve as peripécias do grupo, desde as pequenas rivalidades e lutas pela afirmação de si próprios, aos mais divertidos momentos em que «quebram as normas» fumando pela primeira vez ou dizendo palavrões.

A principal beleza desta descrição não é um vago sentimento por esse passado, até porque a história desenrola e torna-se também séria e enredada. Essa beleza está, pelo contrário, na ideia que o título acertadamente aponta: no meio de todas as aventuras, vê-se e é possível contar com esses amigos, existe a possibilidade duma fraternidade e duma solidariedade, tão reais como desejáveis ao longo de toda a vida.

18/05/2012

Cartas a um jovem católico, de George Weigel

Coimbra: Tenacitas, 2012 (2005), pp. 256, 18,50€

«Basta ver um cartaz de cinema, entrar numa livraria ou ligar a televisão para nos apercebermos da imensidade de propostas eclécticas e confusas da cultura actual. Naturalmente, no melhor dos casos um jovem dos nossos dias só pode ficar perplexo e desorientado. Ou, no pior, céptico e prisioneiro de uma mentalidade comum tão informe quanto uniformizada.

»Apesar de tudo, a maior parte dos jovens portugueses do início do século XXI recebeu uma iniciação na fé católica e porventura reconhece-se explicitamente como católica. É principalmente a eles que se dirige este livro, sejam praticantes ou não, tenham mais ou menos dúvidas, tenham ou não participado alguma vez nas Jornadas Mundiais da Juventude.

»A cultura católica continua também hoje a propor-se como alternativa a essa grande confusão em que vive o homem contemporâneo. Não como mais uma alternativa a escolher entre as muitas, mas como algo tão fascinante, misterioso e totalizador que desperta um interesse nunca antes imaginado. Poderíamos dizer, com uma imagem, que se propõe como aquele primeiro amor, genuíno e puro, que faz com que todos os outros pretendentes à conquista do próprio coração sejam desclassificados de imediato» (Do Prefácio, por Luis Miguel Hernández).

09/05/2012

Vários artistas, U2's Achtung Baby tribute (2011)



Quem não se lembra da mudança de estilo que significou o álbum Achtung Baby na carreira dos U2? Para alguns, essa passagem a uma maior maturidade foi difícil de digerir, mas para a maior parte dos seus seguidores foi a transformação dum gosto numa paixão.


Em 2011, 20 anos depois desse lançamento, com mais 5 álbuns de estúdio e uma percurso de sucesso mais do que consagrado, alguns nomes famosos se juntaram para celebrar e recrear aquele que é considerado por quase todos um marco da música pop/rock. Depeche Mode, Garbage ou Patti Smith retomam o lado mais escuro e inovador da banda irlandesa, enquanto The Fray, The Killers ou Snow Patrol destacam pela aposta nos tons mais comerciais e tradicionais.

Para quem já conhece de cor estas músicas e as suas letras, esta proposta oferece a beleza de algo antigo misturado com algo novo.