11/11/2008

A Gramática do Assentimento, de John H. Newman

Lisboa: Assírio e Alvim, 2005 (1865), 472 pp., 26€

O incipit deste livro é uma frase de Santo Ambrósio que diz: «Non in dialectica complacuit Deo salvum facere populum suum», isto é: «Não aprouve a Deus salvar o seu povo com a dialéctica».

Newman converteu-se do Anglicanismo ao Catolicismo, e será proximamente proclamado beato pelo Papa Bento XVI. Mas não foi por uma dialéctica: foi como a planta que desenvolve aquilo que já estava presente desde o princípio. A conversão, de facto, não é outra coisa que descobrir de maneira mais profunda e verdadeira aquilo em que já se acreditava. Por isso, Newman fala da sua conversão como assentimento àquilo em que desde sempre ele próprio acreditou.

Newman teria negado que a sua conversão fosse sinal de santidade. A este respeito escreveu: «Não tenho a tendência a ser santo – é uma coisa triste dizê-lo. Os santos não são homens de letras, não amam os clássicos, não escrevem histórias».

Dele disse o ainda Cardeal Ratzinger: «Newman expôs na ideia do desenvolvimento a própria experiência pessoal de uma conversão jamais concluída, e assim ofereceu-nos a interpretação não só do caminho da doutrina cristã, mas também da vida cristã. Newman pertence deveras aos grandes doutores da Igreja, porque ele toca ao mesmo tempo o nosso coração e ilumina o nosso pensamento».

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