Não é muito comum encontrar um romance contemporâneo em português com um subtítulo tão comprometido como este: «Um homem em busca de si próprio». O seu autor, nascido em 1978, não tem a pretensão de chegar a ser número 1 de vendas, mas a sua tentativa de explorar a psicologia duma perda assume aqui um empenho humano de algum interesse.
A obra narra um percurso humano de descoberta de si próprio, numa situação de crise e dum cativante radicalismo. Desde a primeira página, em que o narrador anuncia quase contrariado: «Não me vou matar», acompanhamo-lo até à descoberta de «sete biliões de motivos para não me matar», que seriam equivalentes ao número de habitantes do mundo.
Entretanto, tenta envolver-nos numa singela fuga de «aquilo-que-aconteceu», num mundo em que todos fogem dalguma coisa. Ao leitor, uma provocação: anda também a fugir de si mesmo? E há alguma razão para continuar a esperar?