06/02/2010

Guernica, de Pablo Picasso (1937)

Guernica, no País Basco, conta hoje com uns 18 mil habitantes e é uma comum cidade dessa região espanhola. Mas a sua fama deve-se principalmente a este quadro de Picasso, que a imortalizou, interpretando nele os horrores da Guerra Civil Espanhola.

De facto, Guernica foi bombardeada durante essa guerra, por parte dos alemães da Legião Cóndor, curiosamente em desobediência ao mando militar franquista do Geral Mola. Contaram-se nessa acção bélica 120 mortos, segundo a investigação consolidada de J. Salas, contra a propaganda das esquerdas liderada por Preston ou Blanco, que «mataram» em Guernica entre 1.500 e 1.700 pessoas.

Picasso, simpatizante da República e antifranquista, representa neste impressionante painel a preto e branco um episodio simbolicamente catastrófico para a sua causa, embora não dos mais terríveis. As figuras desfeitas, os gritos surdos e a dor, porém, são ambiguamente contrapostas a uma luz que deixa entrever a esperança última que sempre guia ao artista sincero.

A obra pode ser contemplada no Museu de Arte Contemporânea Rainha Sofia em Madrid. Pelas suas enormes dimensões e características artísticas, a seguir ao Prado é um must numa visita à capital espanhola.

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