De facto, Guernica foi bombardeada durante essa guerra, por parte dos alemães da Legião Cóndor, curiosamente em desobediência ao mando militar franquista do Geral Mola. Contaram-se nessa acção bélica 120 mortos, segundo a investigação consolidada de J. Salas, contra a propaganda das esquerdas liderada por Preston ou Blanco, que «mataram» em Guernica entre 1.500 e 1.700 pessoas.
Picasso, simpatizante da República e antifranquista, representa neste impressionante painel a preto e branco um episodio simbolicamente catastrófico para a sua causa, embora não dos mais terríveis. As figuras desfeitas, os gritos surdos e a dor, porém, são ambiguamente contrapostas a uma luz que deixa entrever a esperança última que sempre guia ao artista sincero.
A obra pode ser contemplada no Museu de Arte Contemporânea Rainha Sofia em Madrid. Pelas suas enormes dimensões e características artísticas, a seguir ao Prado é um must numa visita à capital espanhola.
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