Já comentada na sua versão literária, de autoria de Cormac McCarthy (ler), a versão cinematográfica de A estrada deixa uma impressão muito semelhante a quem se abeira dela.
Num ritmo trepidante e cheio de efeitos visuais e sonoros próprios do thriller, esta versão é também um elogio poético à fotografia cuidada e precisa, aos diálogos tendencialmente fiéis ao texto e à música bem escolhida.
Obviamente, um filme é sempre mais explícito do que um texto literário, e por isso confirma-se o habitual lugar comum: perde-se alguma parte do mistério e do fascínio ao ver o que no livro só podemos imaginar. Mas não é este o único limite da longametragem: também observamos um ênfase no aspecto mais sentimental da narração e uma perda da crueza a que McCarthy nos tem habituados.
Ainda assim, vale a pena destacar as óptimas interpretações e a fidelidade no conjunto a uma história fascinante, de conteúdos muito positivos e de humanidade invulgar.
Sem comentários:
Enviar um comentário