04/11/2009

Contos, de Oscar Wilde

Lisboa: Relógio d'Água, 2001 (1888), pp. 170, 12,00€

Há muitas edições dos Contos infantis de Oscar Wilde, com diferentes títulos, e esta não é melhor do que qualquer outra. Importantes são os contos que têm por título: «O rouxinol e a rosa», «o príncipe feliz», «o aniversário da infanta», «o amigo dedicado» e «o gigante egoísta».

Não são só contos infantis, porém, estas narrações do mais famoso dândi da história. Para além de conter fortes ataques às convenções sociais da sua época (e talvez da nossa), destacam-se pela sua grande sensibilidade estética e por uma exaltação da humanidade e dos seus grandes valores.

A primeira vista, são contos que sublinham principalmente o aspecto moral de certas virtudes, sempre exaltadas, ao passo que os vícios antitéticos são denegridos. Mas o leitor não se deve deixar enganar, porque há muito mais do que moral em frases como: «O amor é melhor do que a vida», ou «Não conheço no mundo nada mais nobre ou mais raro que uma fiel amizade».

Wilde é genial, sobre tudo, porque é capaz de identificar aquele quid que constitui o coração do homem. De facto, uma infanta, que se divertia com um anão, ao descobrir que este se tinha apaixonado por ela, solicita: «Doravante, quem vier jogar comigo não deve ter coração».

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