10/02/2009

Revolutionary road

Sam Mendes, 2008

Donde pode nascer a esperança? No caso desta história, a pergunta coloca-se a um jovem casal, com filhos e uma vida acomodada, que começa a perder o entusiasmo dos ideais da juventude.

Parece que esses ideais podem ser reconquistados. São apresentados como uma mudança de vida, uma viagem a Paris, certas imagens do passado, a chama do amor apaixonado. Ela, April, relembra o aspecto verdadeiro desse entusiasmo, desse desejo de viver até ao fundo. Ele, Frank, reconhece: «Eu quero sentir as coisas, senti-las realmente».

E, de novo, April, insiste: «Ninguém pode esquecer a verdade, Frank». Só que para ela, a medida que o filme avança, esse ideal torna-se sonho: um projecto na sua imaginação que pouco tem a ver com os factos, com a realidade. E Frank, no meio do drama, dá-nos a chave da história: a verdade comporta «a espinha dorsal para não fugir das responsabilidades».

Destaca-se no filme a música. Consegue criar uma atmósfera cada vez mais dramática, sem excessos. Extraordinárias algumas cenas onde o meditativo tema principal se repete por muitos minutos, deixando em segundo plano as conversas ou situações.

Por último, um destaque também para di Caprio e Winslet, não nomeados para aquela farsa chamada «Óscar». Como não vi Titanic, resultam-me muito genuinos e polifacéticos em Revolutionary Road.

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