Diz-se nos cartazes que é uma comédia, mas alguns saem do cinema sem saber muito bem. «Inteligence is relative» é a pista que nos leva a pensar, nos primeiros minutos do filme, que se trata duma série de personagens um pouco peculiares, com vidas e histórias que nos farão rir durante 90 minutos.
Mas a medida que a trama se faz mais clara (e está muito bem construída), o humor torna-se mais negro e o espectador inteligente descobre que as personagens vivem verdadeiros dramas. Estão imersos na burocracia da CIA, na superficialidade de quem está disposto a vender tudo por uma cirugia estética, na fobia de quem se acha perseguido por grandes complots internacionais.
É como uma tragédia grega contemporánea, onde as personagens são conduzidas pelo destino a um fim que não desejam (para algum deles até irreversível).
Não saberíamos fazer melhor, pensamos nós. E saimos do cinema a pensar, que não é pouco hoje em dia: se a nossa sociedade está condenada ao desastre total, se poderíamos fazer alguma coisa para melhorar, se o mundo é mesmo assim.
A destacar o papel de Brad Pitt, normalmente pouco arriscado ou original, que neste filme é sem dúvida o mais divertido.
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