05/01/2014

A vida secreta de Walter Mitty (The secret life of Walter Mitty)

Ben Stiller, 2013
Os títulos de crédito duram mais de cinco minutos, depois de duas horas de filme; mas a sua estética, a música que os acompanha, a beleza que preencheu os olhos do espectador e as perguntas que lhe ficam no fim da história tornam-nos quase breves. Até quem veio sem grandes expectativas, não pode deixar de ficar espantado por uma originalidade mais do que interessante em qualquer um dos aspectos mencionados.
De difícil classificação, não é de admirar que a crítica se tenha dividido perante a quinta realização de Ben Stiller. Sempre num tom cómico e descontraído, o realizador americano abandona desta vez o registo superficial das divertidas Zoolander ou Tempestade tropical, para nos levar a uma procura da identidade dum homem «cinzento como um pedaço de papel», que por vezes se perde numa realidade paralela.
Porém, a vida confronta a personagem de Walter Mitty com as suas dificuldades (o fecho da empresa onde trabalha, a perda dum valioso objecto, a sua timidez perante um amor que nasce) e ele, cada vez mais realista e menos sonhador, embarca-se numa série de aventuras para alcançar um ideal superior, que entrevê desde o princípio da sua «vida secreta». Paisagens (e fotografia) maravilhosas na Islândia, uma viagem impossível de helicóptero, idas e regressos a casa, tornam fascinante o percurso deste sonhador, com o qual não só é fácil criar empatia, como até identificarmo-nos.


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