Aos seus 85 anos, o Papa Bento XVI completa a sua trilogia que medita sobre a vida de Jesus de Nazaré. Cada volume pode ler-se independentemente, mas em particular esta terceira entrega está dedicada a um universo muito diferente dos anteriores: a infância de Jesus, separada por uns 20 anos do resto da sua vida. E também porque o livro é descrito pelo autor como um «pórtico» dos outros dois volumes.
Para aqueles leitores que se deixem levar pelos preconceitos duma certa comunicação social, é preciso dizer que a narrativa é perfeitamente compreensível e singela. Será esta talvez a maior virtude dum sábio: dizer coisas muito profundas duma maneira tão simples que cada um se sente interpelado ao seu próprio nível.
A chave de leitura, com efeito, é a necessidade de confrontar-se com os conteúdos apresentados. Como o autor refere no seu prefácio, estuda-se antes de mais uma componente histórica dos textos que nos falam de Jesus, mas há depois uma segunda série de interrogações a colocar: «o que foi dito é verdade? Tem a ver comigo? Se sim, de que modo me diz respeito?». Eis a riqueza da leitura!
1 comentário:
"Será esta talvez a maior virtude dum sábio: dizer coisas muito profundas duma maneira tão simples que cada um se sente interpelado ao seu próprio nível."
Sublime.
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