Ao usar o adjectivo «erudito» aplicado a um Autor, por vezes é hoje revestido duma conotação negativa, como se o vasto saber fosse uma espécie de má-criação para um leitor que se desclassifica como medíocre.
Eruditos e geniais são certamente os diários do romancista e poeta italiano Pavese recolhidos nesta obra. Percorrendo os últimos 15 anos da sua vida, entre 1935 e 1950, esta figura chave da literatura europeia do século XX reflecte sobre a criação literária, o sofrimento, as suas leituras, a procura de sentido, o peso das palavras, entre outros muitos temas. Abordam-se esses temas de forma muito fragmentária, dado que as entradas de diário são geralmente breves, mas alguns deles repetem-se e reaparecem com renovada maturidade.
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