05/11/2011

I confess (Confesso)

Alfred Hitchcock, 1953

«Montgomery Clift encarna neste filme o perfeito dilema que atravessa sob forma latente todo o cinema de Hitchcock: saber e não poder dizer, ser culpado do que outrem faz». Esta expressão sintética do crítico de cinema e artes visuais Olivier-René Veillon concentra o valor insuperável desta maravilhosa obra-prima.

A confissão a que faz referência o título é o sacramento católico, central no seu necessário segredo para o desenvolvimento da história, mas também a confissão das culpas, que se omite ao longo da mesma e que constitui a genialidade do suspense do cineasta inglês.

Muito simplesmente: nos cinco primeiros minutos do filme apresenta-se um sacristão que confessa um assassinato cometido pouco antes (vestido de padre), do qual o confessor será incriminado. A partir daí, o assassino sabe, o padre sabe, nós sabemos, mas todos estamos impossibilitados de mudar o rumo duma tragédia injusta.

O jovem Clift interpretou o papel da sua vida, e Hitchcock captou com maestria planos e sequências dignos de admiração.

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