Tantas vezes ouvimos quem diga: «se eu ganhasse os Euromilhões, mudava vida: fazia tal e tal...». Pois bem, o centro a história deste filme é o que a sua protagonista vai fazer com um bilhete de loteria premiado: ficar exactamente onde está e como está, só que ainda mais empenhada nas suas circunstâncias do que antes.
O contexto é uma aldeia minúscula da Jutlândia, onde duas irmãs luteranas comprometidas na actividade caritativa promovem uma seita fundada pelo defunto pai: uma comunidade cada vez mais reduzida e envelhecida. Em contraste, vários homens que as cortejam, sem sucesso, e a «papista» Babette, personagens que introduzem uma vida diferente nessa comunidade.
A festa que Babette organiza é um manjar, onde essas posições virão à tona: o moralismo e a frustração, baseados numa recordação piedosa do defunto fundador; frente ao gosto da vida nas coisas singelas, no aproveitamento dos talentos que o próprio Deus deu ao criar cada homem e mulher.
A ironia do filme é genial, e assegura algumas gargalhadas, para além dum tom geral bem disposto.
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