20/03/2010

Requiem a 5 vozes, de Cristóbal de Morales (1544)

A polifonia espanhola do Renascimento associa-se naturalmente a Tomás Luís de Victória e talvez aos seus famosos Responsorios. Neste mesmo género musical trabalharam também Francisco Guerrero e Cristóbal de Morales.

Morales nasceu em 1500 e foi maestro de capela nas Catedrais de Ávila, Plasência, Sevilha, Toledo e Málaga. Durante 10 anos fez também parte do Coro Papal de Roma, onde cantou diante de todos os monarcas europeus na Capela Sixtina que Miguel Ângelo tinha acabado de pintar em 1512.

Neste contexto de beleza, de grandes catedrais, esplendor artístico e profunda fe pré-Reformada, Morales revoluciona o gregoriano com a repetição do mesmo texto em diferentes ritmos, naquilo que se conhece por «polifonia», isto é, o desenvolvimento de várias vozes, que preservam um caráter melódico e rítmico individualizado.

Esta Missa de Requiem a cinco vozes é magistral neste exploit de beleza, ecos e ressonâncias. Em particular, o Gradual «lucet» com especial brilho, assim como a tecnicamente dificílima Sequencia.

Sem comentários: