30/09/2009

Frankenstein, de Mary Shelley

Lisboa: Leya, 2009 (1818), pp. 240, 5,95€

Um «clássico da literatura» não é necessariamente um livro lido pela maioria das pessoas, nos tempos que correm. Por isso, vale a pena retomar de vez em quando alguma das obras-mestras da literatura que encontramos nos móveis velhos da nossa biblioteca.

Frankenstein é uma destas obras. Victor, um jovem cientista, anda a procura do segredo da vida. Com a ajuda de vários membros de pessoas falecidas, consegue dar vida a um Ser, de características em parte humanas e em parte monstruosas, que se esforçará sem sucesso por integrar-se no mundo, tentará vingar-se do seu arrependido «criador» e finalmente vagueará sem rumo.

A riqueza da história não é tanto o seu argumento como os seus temas: Pode o homem brincar a ser Deus? Pode o homem criar a vida e descobrir aquela faísca que a produz? Qual é o limite entre o que é humano e o que é desumano? Até que ponto é moralmente lícito criar ou ser dono dum outro ser?

São perguntas de grande alcance, que este romance coloca com originalidade, proximidade e muita ternura. Perguntas do homem de todos os tempos.

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