Para quem chegar a tempo, no Sábado 6 de Junho pode adquiri-lo com o jornal Publico, a preço económico. Mas também se encontra nas lojas.
Trata-se dum documentário sobre a vida dos monges da Cartuxa do Mosteiro de La Grande Chartreuse, nos Alpes franceses, próximo de Grenoble. O realizador lá passou 6 meses da sua vida, filmando tudo o que conseguiu. A condição era não acrescentar luz artificial, músicas ou comentários, e assim ele fez. O resultado: 3 horas de grandes silêncios e de profundas sugestões.
Quem pensar que a vida num mosteiro de clausura é desinteressante, será surpreendido pela vida que se monstra: trabalhos agrícolas, de costura, vida comunitária, liturgia e até passeios na neve. Desde o olhar poético duma discreta perspectiva, sem grandes pretensões interpretativas.
É este o aspecto mais interessante do filme, e também o seu limite: o realizador não «impõe» uma narração temporal, uma sequência lógica, um argumento. A meditação decorre no ritmo próprio do mosteiro, e o espectador tem que deixar-se arrastar por ele: pelo canto gregoriano, pelos sons da natureza, pelas poucas palavras dos ritos mostrados ou do (fenomenal) testemunho final do frade cego. E, sobre tudo, pela imagem.
Quem achou pesada a realização de Dreyer ou de Bergman, não se vai dar bem com Gröning, mas vale a pena dar-lhe uma oportunidade.
1 comentário:
É um grande filme. Também recomendo!
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