
«Quando certa vez perguntaram a Chesterton “que livro gostaria de ter consigo se fosse um náufrago numa ilha deserta”, esperando talvez uma resposta profunda e elevada como “a Bíblia” ou “a Divina Comédia”, respondeu com o óbvio “um manual de construção de botes”.
O espanto é a atitude de quem se surpreende com admiração diante de alguma realidade ou pessoa. Não é necessariamente a realidade a ser surpreendente: simplesmente pode ser olhada desde um novo ponto de vista, que a torna assim.
Portanto, o espanto é uma reacção do indivíduo, que vemos principalmente nas crianças. E em Chesterton. Ele e os seus livros surpreendem ao leitor, porque ele próprio se deixa espantar pela realidade (...).
[Mas] o verdadeiro espanto nasce como atitude procurada, desejada. Neste livro, O homem eterno, o leitor espanta-se pela força e beleza dos exemplos, descrições e argumentos, que dão forma a esta procura.
(Do Prefácio, por Luis Miguel Hernández)