13/01/2009

A Prisioneira de Teerão (Prisoner of Tehran), de Marina Nemat

Lisboa: Quidnovi, 2007, pp. 304, 16,50€

Não é genial, mas é interessante porque obriga a reflectir. Muito se fala em tolerância, em diálogo inter-religioso e em respeito pelo Islão, e este romance autobiográfico contém um pouco de cada um destes elementos, contado desde dentro.

Marina Nemat nasceu em Teerão em 1965 e viveu a Revolução Islámica de 1979. Com 16 anos foi levada para Evin, uma prisão política (provavelmente ainda existente) onde foi torturada e quase executada. Neste livro, ela recorda esse passado, um pouco como confissão e um pouco como expiação. Escreve desde o exílio, mas ama o seu País natal, a família e os amigos que lá morreram ou deixou, e até narra com ternura o seu matrimónio forçado com um empregado da prisão, condição para sair da mesma. Ela católica; o ambiente, muçulmano radical.

A história podia ser mais rija e menos feminina, dadas as condições, mas este toque da Autora tira-nos dum falso maniqueísmo e obriga-nos a observar que entre o preto e o branco há muitos matizes.

O estilo narrativo também não é genial, embora os capítulos alternados alterem a ordem cronológica da história e produzam efeitos bem conseguidos, por vezes.

2 comentários:

Kate disse...

Bom. Muito bom.

Tiago M. Franco disse...

É impressionante como o ser humano é capaz de ser tão cruel com a sua própria espécie.
Este livro é sem dúvida uma boa leitura.tndarat