15/11/2012

À espera de Moby Dick, de Nuno Amado

Lisboa: Leya, 2012, pp. 243, 14,50€

Não é muito comum encontrar um romance contemporâneo em português com um subtítulo tão comprometido como este: «Um homem em busca de si próprio». O seu autor, nascido em 1978, não tem a pretensão de chegar a ser número 1 de vendas, mas a sua tentativa de explorar a psicologia duma perda assume aqui um empenho humano de algum interesse.

A obra narra um percurso humano de descoberta de si próprio, numa situação de crise e dum cativante radicalismo. Desde a primeira página, em que o narrador anuncia quase contrariado: «Não me vou matar», acompanhamo-lo até à descoberta de «sete biliões de motivos para não me matar», que seriam equivalentes ao número de habitantes do mundo.

Entretanto, tenta envolver-nos numa singela fuga de «aquilo-que-aconteceu», num mundo em que todos fogem dalguma coisa. Ao leitor, uma provocação: anda também a fugir de si mesmo? E há alguma razão para continuar a esperar?

1 comentário:

Anónimo disse...

Até achei que era o Nuno Amado lá da Faculdade de Letras, que está a fazer Teoria da Literatura e é todo virado para os Estudos Ingleses. Mas parece que é outro, um tal psicólogo que gosta de escrever. Parece que há uns anos mostrou um manuscrito à Maria do Rosário Pedreira e ela achou fraco e não quis editar, e agora a mesma Maria do Rosário Pedreira leu esse novo livro e gostou imenso... Curioso. O título e o subtítulo são interessantes, mas mais interessante ainda são as perguntas no final do seu comentário...

A. S.