«Curvando-me em cega credulidade, como é meu costume, diante da mera autoridade e da tradição dos mais velhos, supersticiosamente engolindo uma história que eu não posso testar no momento por experiência ou julgamento privado, sustento firmemente a opinião segundo a qual eu nasci em 29 de Maio de 1874, em Campden Hill, Kensington».
Com típica ironia, Chesterton começa assim a sua Autobiografia, um finíssimo trabalho de lírica e juízo cultural sobre a sua época. Em cada página há um aforismo que valeria a pena citar: ao tratar da sua infância nos dois primeiros capítulos, afirma que «o que é maravilhoso da infância é que nela tudo é uma maravilha»; ou, um pouco depois, que «a adolescência é algo complexo e incompreensível; nem depois de a viver se percebe bem o que é»; etc. etc.
Jornalista e polemista, e escritor de romances, teologia, biografias, ensaios, contos, crítica, poesia e até teatro, é uma figura chave do pensamento contemporâneo. Para os católicos, também é um daqueles convertidos que ajudam a apologética – o que o próprio autor faz no fim deste volume ao narrar a sua conversão.
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