04/10/2011

Pela estrada fora (On the road), de Jack Kerouac

Lisboa: Relógio d'Água, 2011 (1955), pp. 344, 19,00€

«“We gotta go and never stop going till we get there” “Where we going, man?” “I don't know but we gotta go”». É talvez o mais célebre diálogo, não só deste romance, como de toda uma geração. Chamada nos anos 50 e 60 de geração beat, descreve os grupos de jovens «rebeldes» à volta do jazz, a marijuana e o amor livre.

Lançados pelas estradas dos Estados Unidos, vão, andam, sem parar, mas também sem saber aonde. Aliás, no desenvolvimento deste romance paradigmático deste movimento literário, percebe-se que a chegada ao ponto prefixado é quase que uma tragédia: a monotonia e o burguesismo contra o que se rebelam.

Se bem toda esta imagística está hoje superada, há no livro belíssimas sugestões ideais, que infelizmente também ficaram obscurecidas pelo cepticismo contemporâneo. Exemplos: «Tenho seguido ao longo de toda a vida as pessoas que me interessam, os loucos, os loucos por viver, loucos por falar, loucos por ser salvos, desejosos de tudo ao mesmo tempo». «Tentava comunicar-lhe a minha excitação sobre a vida e sobre as coisas que poderíamos fazer juntos. Estávamos deitados, olhando para o tecto e perguntando-nos o que teria Deus pensado para fazer a vida tão triste». «Nunca me senti melhor e mais feliz com o mundo e olhando para crianças maravilhosas que brincam ao Sol»...

Sem comentários: