A terceira cor da bandeira francesa representa simbolicamente a paixão, o amor e a fraternidade, neste que foi o último filme (e talvez o mais genial) do realizador polaco Kieslowski.
Como em Azul e em Branco, o tema é apresentado a través duma história central que se entrecruza com outras: Valentine, uma modelo bela e singela, ao tomar conta do cão que atropelou, toma conhecimento do seu dono, um velho juiz carrancudo e sozinho, que vive no ódio e no empenho por demonstrar a maldade do mundo. Pelo contrário, Valentine e a sua história, que o filme fará confluir num último plano e numa última cena dignos de estar entre os melhores da história do cinema, vão proclamar a fraternidade como possível e real.
Também numa forma mais perfeita do que nos outros filmes, os planos protagonizados pela cor vermelha e as aparentes coincidências chegam aqui ao seu ápice.
Uma cena aparentemente marginal faz entrever a genialidade desta trilogia. Nos dois primeiros filmes, aparecia em momentos diferentes uma pessoa que deitava uma garrafa de vidro num contentor. Neste, uma velhinha curvada tenta fazê-lo sem sucesso e Valentine, em sinal da fraternidade universal humana, ajuda-a.
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