Azul é o primeiro dos três últimos filmes do realizador polaco Kieslowski, todos eles com títulos de cores (azul, branco e vermelho). São essas as três cores da bandeira francesa, e nos filmes representam as três ideias base da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
Nesta entrega, o primeiro destes temas é estudado segundo a definição moderna de liberdade como ausência de ligações. Uma muito jovem Juliette Binoche, Julie no filme, perde o marido e uma filha num acidente de viação. Perante a trágica situação, de forma mais ou menos consciente decide viver uma existência anónima, independente e solitária. Como se a ausência de afectos e recordações pudesse libertá-la das suas feridas.
Felizmente, algumas pessoas do passado e a música (de Zbigniew Preisner, belíssima nos três filmes) obrigam-na a voltar a criar relações, isto é, a ter a possibilidade de ser realmente livre. Ao tentar completar a composição em que o falecido marido estava empenhado na altura, descobre a sua liberdade na realização de algo superior a ela própria.
O filme é profundamente evocativo e poético, mas antes de o ver é necessário recordar que na língua inglesa a palavra blue também significa tristonho ou deprimido...
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