14/12/2009

Versos, de Amália Rodrigues

Lisboa: Cotovia, 2005 (1997), pp. 125, 12,00€

«O que distingue os poetas / os faz distintos da gente / é dizer em duas letras / o que toda a gente sente». Será que Amália se pode incluir na definição de «poeta» que ela própria dá nesta quadra?

A colecção de Versos que apresentamos quer responder «sim» a esta pergunta, colocando nestas breves páginas (com muito espaço branco, mas pouco bem apresentadas) uma colecção de poemas gravados, poemas não gravados, poemas cantados e umas cartas em verso.

A simplicidade do estilo não poderia ser maior, facto que pode ser considerado virtude ou limite. Os amantes da poesia clássica encontrarão quadras tão simples que parecem obra duma criança, e hão-de concluir que musicadas podem ter um seu valor, mas que em papel não prestam. Pelo contrário, aqueles que estiverem pouco familiarizados com a experimentação literária e com os recursos estilísticos requintados encontrarão uns textos de fácil leitura, lineares, compreensíveis à primeira vista.

Ambos tipos de leitores, porém, deverão reconhecer que o conteúdo destes versos, por muito simples e essencial que seja, brilha pela sua força e universalidade. Aqueles sentimentos de amor, tristeza, paixão e ternura pertencem-nos a todos. A fim de contas, dizem, em duas letras, «o que toda a gente sente».

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